Atentas ao protagonismo dos animais de estimação na configuração das famílias, grifes desenvolvem produtos exclusivos.
O aumento da participação dos animais de estimação na configuração das famílias tem criado demandas por produtos e serviços cada vez mais personalizados. Diante deste cenário, o mercado pet vive um período de expansão, responsável por atrair, até mesmo, as marcas de luxo.
O Brasil representa o segundo maior mercado de pets do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Conforme aponta a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).
O país concentra um total de 139,3 milhões de animais de estimação: sendo 54,2 milhões de cães; 23,9 milhões de gatos; 19,1 milhões de peixes; 39,8 milhões de aves; e mais 2,3 milhões de outros animais.
Em 2018 a indústria pet faturou R$ 20,3 bilhões, no ano passado esse número mais do que duplicou, chegando a R$ 41,96 bilhões em 2022. Os dados revelam a força que o setor desempenha na economia brasileira, responsável por 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB).
O segmento é composto por indústrias e integrantes da cadeia de distribuição dos segmentos de alimentos (Pet Food), medicamentos veterinários (Pet Vet), assistência pet para saúde e cuidados com higiene (Pet Care).
Produtos de luxo para pets
A prosperidade do setor tem atraído também as marcas de luxo, originando o segmento chamado de Pet Fashion. Bolsas sofisticadas, coleiras personalizadas e roupas elegantes são alguns dos produtos comercializados por marcas de prestígio, como Gucci, Prada, Louis Vuitton, Fendi, entre outras.
O conceito de Pet Fashion tem conquistado cada vez mais espaço no mundo da moda, reflexo direto da transformação na relação entre humanos e seus animais de estimação. Atentas à força desse laço afetivo, as marcas de luxo desenvolvem roupas e acessórios variados.
As coleiras estão entre os itens mais populares. No segmento de luxo, as tradicionais peças para pescoço e peitoral ganham emblemas das marcas e muito strass. O preço pode chegar a R$ 3.500, conforme anunciado no site da Prada.
Com o Pet Fashion, as bolsas de grife não são mais acessórios exclusivos dos seres humanos. Há opções criadas com design arrojado e materiais de primeira linha para carregar animais de estimação de pequeno e médio porte.
A Valentino desenvolveu uma mini bolsa criada especialmente para levar sacolas destinadas à limpeza das necessidades dos animais de estimação durante o passeio. O acessório custa US$ 470 no site da empresa.
No segmento de vestuário, marcas como Ralph Lauren e Moncler, desenvolveram coleções de roupas para pets. A primeira criou uma linha seguindo a tendência “tal dono, tal pet”, em que as peças são personalizadas para ambos. Já a segunda adaptou a ideia exclusivamente para os trajes de neve.
Na Gucci, a oferta é ainda mais ampla, com uma variedade de modelos de casacos, suéteres, blusas e outras opções.
Alimentação é o principal custo
Embora o mercado pet tenha atraído as marcas de luxo, de acordo com a Abinpet, elas representam apenas 1% do faturamento do setor. Sendo, a classe média, o principal público consumidor de produtos e serviços para animais de estimação.
Ainda segundo a Associação, os gastos com alimentação representam a maior parte do faturamento do segmento. Na sequência estão os serviços (Pet Serv) e os cuidados (Pet Care).
Considerados gastos essenciais que os donos devem assumir para garantir o bem-estar de seus animais de estimação, os custos podem representar um desafio para pessoas da classe média.
Por isso, a orientação é para que os tutores tenham um planejamento financeiro sólido que possa garantir assistência adequada aos pets.