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Inteligência artificial pode beneficiar negócios, desde que usada de maneira segura e inclusiva
As tecnologias que usam inteligência artificial (IA) estão sendo implementadas no mundo dos negócios numa velocidade alarmante. Enquanto a popularização desse tipo de ferramenta aumenta, também cresce a busca por seu uso ético, em que a conformidade com a legislação, conhecida como compliance, tem papel de destaque.
O estudo “IA: momento, maturidade e modelos para o sucesso”, encomendado à Forbes Insights por SAS, Intel e Accenture, indica que os líderes estão fazendo o necessário para garantir que suas empresas façam uso responsável da ferramenta. O levantamento ouviu 305 executivos de empresas da Europa, das Américas e da região Ásia-Pacífico, em julho de 2023.
A pesquisa também concluiu que mais da metade das empresas que implementaram tecnologia IA experimentaram resultados positivos, entre eles: previsões e tomadas de decisões mais precisas, maior sucesso na aquisição de clientes e aumento na produtividade.
Paralelamente, outra pesquisa, realizada pela Insider Intelligence, mostrou que 43% dos líderes acreditam que a IA vai se tornar parte essencial nas suas empresas até 2025. Por conta disso, a maioria tem investido em treinamentos sobre ética para colaboradores e já estabeleceu comitês para supervisionar o uso dessa tecnologia.
É possível afirmar que a inteligência artificial desempenha um papel importante na evolução dos modelos de negócio, uma vez que os torna progressivamente mais estratégicos e ágeis. Porém, a então líder de inteligência artificial da Accenture Applied Intelligence, Rumman Chowdhury, afirmou em entrevista à imprensa que “as empresas precisam ir além da promessa de não causar danos com a IA. É necessário que haja alguma garantia de que os sistemas nessa área sejam seguros e transparentes, evitando prejudicar as pessoas, as empresas e a sociedade”.
Quais são os riscos éticos?
Ainda de acordo com o estudo da Forbes Insights, 60% das empresas expressam preocupação quanto às implicações das decisões tomadas por IA no envolvimento com clientes, especialmente em relação à empatia e confiança dos consumidores.
Já no Brasil, uma das principais preocupações relaciona-se à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essa legislação estabelece normas para o processamento, armazenamento e gerenciamento de dados. Os beneficiados por ela podem incluir pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, estejam elas em meio físico ou digital.
Uma vez que os sistemas de IA podem coletar e analisar grandes quantidades de dados, é necessário que essas informações sejam aplicadas de forma moral, assegurando as particularidades do usuário. Nesse sentido, ferramentas de compliance tornam-se uma forma de controle e cumprimento das leis e normas a que todas as empresas estão sujeitas.
O que as lideranças podem fazer
Durante o Collision 2023, evento canadense do ramo de inovação, o vice-presidente do Google DeepMind, Colin Murdoch considerou que os impactos da IA são “enormes”, sendo “realmente importante que eles sejam seguros, éticos e inclusivos para que criemos um futuro positivo a todo mundo”.
Valores como transparência e responsabilidades foram considerados indispensáveis para empresas que desejam implementar tecnologias IA. Esses sistemas devem ser acessíveis para que estejam de acordo com a legislação e normas éticas. Ou seja, eles devem ser claros para todos de forma que colaboradores e consumidores possam entender suas decisões e como corrigi-las, se necessário. Em vista disso, as corporações precisariam definir práticas para a utilização dessas inteligências e destacar as consequências e impactos do seu uso.
Murdoch também falou sobre a regulação da IA discutida na Europa, EUA e no Brasil: “Também trabalhamos em parceria com governos e órgãos reguladores para permitir que a regulação seja efetiva, mas permitindo que a inovação aconteça”.
