Suplementação é alternativa para a prevenção de dores articulares e o fortalecimento de unhas e cabelos.
O colágeno corresponde a 30% do total de proteínas do organismo, estando presente na pele, em tendões, nos ligamentos e nos ossos. Mas a partir dos 25 anos, a produção é reduzida, o que pode propiciar o desenvolvimento de diferentes problemas, como alertam as autoridades de saúde.
Um deles é o envelhecimento da pele, conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Isso acontece porque as fibras de elastina e colágeno começam a ser degradadas por uma enzima, que tem a sua atividade iniciada por volta dessa idade. O órgão alerta que esse processo pode ser acelerado por outros fatores, como a exposição ao sol, o tabagismo, a poluição, as alterações hormonais e as doenças crônicas.
As colagenoses são um grupo de doenças autoimunes e inflamatórias que prejudicam o tecido conjuntivo do corpo, constituído de fibras, como o colágeno. Essas patologias podem atingir diversos órgãos e sistemas, produzindo sinais e sintomas dermatológicos e reumatológicos. Entre as doenças crônicas mais comuns estão o lúpus, a artrite reumatoide e a síndrome de Sjögren.
No caso da esclerodermia, acontece o acúmulo de fibras de colágeno no corpo, o que afeta a pele e as articulações, que pode ficar mais rígida e com dificuldades circulatórias. A patologia pode atingir a circulação do sangue e comprometer o funcionamento de órgãos internos, como coração, pulmões e rins.
Doenças cardiovasculares, pulmonares e condições como diabetes estão associadas ao aumento do estresse oxidativo do corpo, que, segundo a SDB, também pode degradar as fibras de colágeno e enfraquecer a barreira cutânea, favorecendo o envelhecimento precoce.
Suplementação de colágeno pode ser alternativa
Considerada segura pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a suplementação de colágeno pode trazer benefícios para o organismo, como diminuir a flacidez da pele, reduzir a queda de cabelo, fortalecer as unhas e prevenir dores articulares. Entretanto, a reposição deve ser feita com orientação e acompanhamento médico.
O colágeno pode ser ingerido de diferentes maneiras, em comprimidos, pó ou cápsulas. Na composição do Colflex, por exemplo, são misturados diferentes tipos de colágeno, como o hidrolisado e o tipo II não desnaturado. Juntos, auxiliam na manutenção da função articular e no tratamento de dores e inflamações nas articulações, contribuindo para a saúde óssea.
Segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), a diabetes pode reduzir a resistência dos ossos ao alterar as propriedades do colágeno, como consequência do alto nível de açúcar no sangue.
Pessoas com a condição podem associar a suplementação aos cuidados e medicamentos rotineiros. Entre os benefícios da glucerna, desenvolvida para o tratamento da doença, está a redução dos picos de glicose no sangue e o controle da glicemia.
Entretanto, a orientação para pessoas com diabetes é consumir o colágeno hidrolisado com cuidado e seguindo à risca as recomendações, visto que contém carboidratos na fórmula.
Busca por colágeno está em alta
De acordo com o levantamento realizado pelo Google Trends, o interesse por colágeno superou as buscas mundiais por outros suplementos, como a creatina e o Whey Protein. A curiosidade no assunto dobrou, crescendo mais de 100% nos últimos cinco anos. O colágeno hidrolisado foi seis vezes mais buscado no Brasil do que o não hidrolisado. Já o colágeno tipo 2 foi oito vezes mais procurado do que o tipo 1 no mesmo período.
A maior valorização dos cuidados preventivos com a saúde e a conscientização dos benefícios que a proteína pode trazer para o envelhecimento saudável influenciam em um mercado de suplementos em ascensão.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), entre 2015 e 2020, foi registrado o aumento de 167% no consumo de colágeno.